Operação do Gaeco mira alto escalão da prefeitura

Operação do Gaeco mira alto escalão da prefeitura

Membros do alto escalão da prefeita Délia Razuk (PTB) foram alvos de operação na manhã desta quarta-feira (15) em Dourados.

Agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) bateram à porta da ex-secretária de saúde Berenice Machado, exonerada na semana passada, e na residência e escritório do procurador-geral do Município Sérgio Henrique Pereira Martins de Araújo.

Também foi alvo de busca e apreensão o secretário municipal de Fazenda, que teve a casa visitada pelo Gaeco.

Departamentos da administração estão sendo vasculhados desde as primeiras horas do dia. São eles a Secretaria Municipal de Saúde, de Fazenda e Procuradoria-Geral.

Nota oficial do Ministério Público Estadual detalha que a ação é determinada pela 16ª, 10ª, 11ª, 17ª Promotorias de Justiça da de Dourados e Gaeco, com apoio Polícia Militar (BOPE e CHOQUE). As ações ocorrem em Dourados e escritórios de empresas na Capital.

A investigação apura indícios de desvio de recursos da saúde, que deveriam ser usadas no enfrentamento da Covid-19, através de dispensa em licitações.

O MPMS está com inquérito civil aberto para apurar contratos que apresentam evidência de superfaturamento de preço.

O secretário de Fazenda, Carlos Dobes, e a ex-chefe da saúde Berenice, foram ouvidos em oitivas há algumas semanas. Junto deles, servidores ligados ao setor de compras e representante de empresas fornecedoras de insumos hospitalares.

"No total, estão sendo cumpridos em Dourados e na Capital, 14 mandados de busca e apreensão, além de 12 mandados com a fixação de medidas cautelares criminais em desfavor dos investigados, servidores públicos e particulares, dentre elas o afastamento dos cargos públicos e proibição de contratar, todas decorrentes de decisão proferida pelo juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca", afirma nota que prevê o afastamento dos agentes e o impedimento de novas compras com dinheiro do município.

A Operação foi batizada de Contágio e tem como objetivo desmantelar organização criminosa que estaria atuando em diversas fraudes em dispensas de licitação.

Esta é a segunda operação na pasta da saúde, com relação a contratos irregulares, na gestão de Délia Razuk.

A Operação Purificação, deflagrada pelo Ministério Público Federal em 2018 e 2019, levou para a cadeia o ex-secretário de saúde Renato Vidigal por direcionamento de licitação a empresa que supostamente ele seria sócio-proprietário.