Mato Grosso do Sul deve colher 8,2 milhões de toneladas de milho em 2020

Mato Grosso do Sul deve colher 8,2 milhões de toneladas de milho em 2020

Campo Grande (MS) – O boletim produzido nesta semana pelos técnicos do Projeto SIGA/MS Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em parceria com entidades de produtores rurais (Famasul e Aprosoja), traz uma estimativa da safra do milho para esse ano. Fatores como redução na área plantada e problemas com escassez de chuvas puxaram para baixo o volume da colheita, em relação ao montante da safra anterior.

A expectativa inicial de área de milho para a safra 2019/2020 era de 1,977 milhão de hectares, mas após análise a campo e utilizando imagens de satélite observou-se que o montante plantado foi menor do que esse inicialmente previsto. "Esse resultado foi apurado a partir do trabalho de 15 técnicos na primeira quinzena de maio de 2020, que rodaram 19.863 quilômetros e coletaram 12.633 pontos de GPS em áreas cultivadas com milho", cita o boletim.

A partir desses dados, reduziu-se a área prevista inicialmente de 1,977 milhão de hectares para 1,900 milhão de hectares, uma redução de 12,57% comparativamente com a safra 2018/2019 (2,173 milhões de hectares). "O fator determinante para essa redução de área foi, sobretudo, a redução da janela ideal para semeadura da cultura, em função do atraso do plantio da soja na safra anterior e o risco de climático indicado em janeiro de 2020, levando produtores a optar pelo plantio de outras culturas de inverno, especialmente milheto, sorgo, feijão, pasto, trigo e aveia", diz o presidente da Aprosoja, André Dobashi.

No boletim os técnicos sugerem que esse comportamento mostra a preocupação dos produtores com o manejo de pragas e doenças. "A adoção de outras culturas faz com haja quebra de ciclo de várias doenças e insetos pragas, podendo assim melhorar o manejo cultural para próxima safra de soja".

Além disso, há uma frustração quanto à produtividade, que na safra passada superou 90 sacas por hectares. A expectativa, agora, é de fique em 72 sc/ha. "O fator determinante para que haja essa redução de produtividade em função de todas as intempéries que a gente sofreu no início da semeadura e também no desenvolvimento da planta. O milho perdeu bastante o tamanho da espiga, algumas lavouras não conseguiram polinização efetiva, prejudicando o enchimento dos grãos".

Diante desta área e produtividade, há expectativa é de redução de 32,48% no volume de produção de grãos em relação à safra passada, que foi de 12,157 milhões de toneladas. O volume a ser colhido nesse ano, portanto, deve ficar em 8,208 milhões de toneladas.

O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destacou a importância da parceria com a Famasul e a Aprosoja no acompanhamento das safras através do Projeto SIGA/MS, cada vez mais aprimorado. "Não temos nenhum sistema de acompanhamento de safra parecido com esse no país, na qualidade dos dados com verificação in loco".

Sobre a redução da área plantada do milho, o secretário lembrou que isso se deu também em consequência do atraso da safra da soja. "Mesmo assim temos 1,9 milhão de hectares plantados. A produtividade média sofreu essa quebra em função da estiagem, e ainda assim o Estado vai colher uma safra gigante". Verruck lembra que todo o processo produtivo no campo vem sendo acompanhado pelo governo, quer seja através do Projeto SIGA/MS, como também do CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), que produz boletins meteorológicos com análise das variáveis climáticas.

João Prestes - Assessoria de Comunicação da Semagro

Publicado por: Marcelo Armôa, Assessoria de Comunicação da Semagro